Do diabo
A mais perfeita personagem alguma vez criada, com conta e medida de drama, revolta e alegria… mas muito mais está presente no enredo do diabo.
No início o diabo conseguiu manter entre os homens o respeito pela natureza e pelo sagrado feminino, mas por isso foi molestado, porque os homens só respeitam as suas insaciáveis fomes de guerra e poder.
O diabo caminha sobre cascos porque tiveram de o desfigurar para o odiarem, mas ele não se rala, sorri como antes… e há ainda quem o ame.
O diabo tem cornos porque continua a ser o mais forte de todos os deuses…
Quem olha de lado o diabo esqueceu que dele nasceu… o diabo é o pai de todos nós, de nossos vícios, de nossas qualidades… O diabo tem como bastardos o rural e o urbano…
O diabo representa o que tende a libertar-se dos grilhões da monotonia e do desmedido conservadorismo, o diabo é tudo o que é natural e selvagem, não tocado pela vontade reguladora do Homem.
O diabo perguntará sempre porquê? E não se calará se notar desvios na resposta.
O diabo não pede licença! O diabo manda á merda a licença.
O diabo é a esquerda, é os Verdes, é o Bloco, é o Comunismo e ainda tem penugem socialista.
O diabo foi o mestre do primeiro Socialista, até que a Historia armada em ciência o legou para braço direito, traiçoeiro, do primeiro anarquista, e mais tarde terá mesmo alistado a criatura na Pide, onde passou a gozar da fama de apontador… como ninguém gosta de ser apontado, especialmente pela verdade, esta fama levou-o aonde ele mora hoje, longe dos homens que o traíram, quais filhos ingratos.
O diabo defendia o mundo das florestas, dos desertos, das grutas, dos rios e mares, e quando o homem se quis apoderar desses tesouros, não esperou que o pai morresse, deu-o como morto e virou-lhe as costas, dizendo que não prestava… que era o mal… porque o diabo a todos aponta, quando há o que apontar…
O diabo foi morar para a montanha, para o fundo do mar, ou para a mais funda caverna, porque não quer ouvir o estridente ruído que as unhas da sua avara prole fazem ao escavar cada vez mais fundo a terra…as pobres crias do diabo não sabem o que procuram, e deixam-se enganar pelo brilho ardiloso do que nada vale, ignorando que na verdade tentam voltar às origens, onde todas elas eram puras e inocentes, antes do diabo lhes ensinar os segredos do fogo…
Hoje o diabo mora sozinho, ri e chora, como todos nós, mas atenção que o diabo não é mau…
1 Comments:
Não é atrás de uma barba cerrada e uma cabelo forte que te podes esconder Senhor.
Por ti, criatura dotada de uma inteligência tão cerrada como a sua barba e uma força que dança no limbo com a sua sensibilidade, espero um dia que as minha mãos toquem nas tuas.
Da infielmente tua,
Maria
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