Friday, March 31, 2006

Das mulheres…


…essa substancia de que são feitas
viscosa mas atraente,
seiva de um pinheiro ferido,
que me faz ficar doente
de tanto querer, sou colhido...

…tiras de couro duras e estreitas
infectam a carne a terra e os sonhos
e contra isto não há emenda…
desinfecta com álcool de medronhos
deixa arder e aperta a funda fenda...

…essas tempestades que varrem
as planícies de onde não podemos fugir,
este mar fundo que não deixa ancorar,
onde fazemos frente ao céu a rugir,
no convés, sem abrigo onde chorar...

…essas arpias que nos querem,
a acreditar que chorar não podemos,
a crer que sentir não devemos,
se assim fosse não seríamos homens!
Pois sou homem que choro e sinto.

Haverá maneira de lhes responder?
Não virar a cara quando chove,
oferecer o peito ao tornado,
nunca esconder o que nos comove
e sem lamentos, aceitar nosso fado.

Não as vamos culpar nem ofender,
seria perder a honra no final,
ao tombarmos deixamos a lição,
não somos nós gado nem vós zagal,
e esta é só mais uma guerra sem razão...



…as mulheres são os seres mais violentos, porque despedaçam qualquer barreira… e isto não terá sido dito por um romântico ou por um general deste conflito primal, mas pelo coveiro que enterrava os homens destroçados…

Friday, March 24, 2006

Old man



ancient faces
eyes as owls
with no fear of ages
knowing that not even time
can hold
the roots of old

Saturday, March 18, 2006

Sacrifício



Nunca encontrarás outro ninguém
que o faça com tal animo leve,
e ao autor do altruísta acto
podes fazer algum bem,
com a gratidão que não teve
aquando o fecho do pacto
selado entre homens e titã
com o tição roubado,
que incendiará a terra pela manhã,
perante as lágrimas do herói culpado.